A participação de representantes do Sistema OCB e das cooperativas brasileiras na COP 28, realizada entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, representou mais um marco importante do movimento na busca por uma sociedade mais justa, equilibrada e sustentável. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas possibilitou o compartilhamento de boas-práticas que ressoaram em todo o mundo e reafirmaram o protagonismo do cooperativismo com a preservação dos recursos naturais e a produção responsável, inclusiva e ambientalmente correta.
Sob a coordenação do Sistema OCB e o apoio da ApexBrasil, o primeiro painel, intitulado Cooperativas: Aliadas da sustentabilidade ambiental e segurança alimentar, apresentou evidências de que o crescimento sustentável passa necessariamente pelo cooperativismo. Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, enfatizou a natureza tripla do modelo de negócios como socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto. “O cooperativismo é extremamente importante nas ações para enfrentar as mudanças climáticas e a participação ativa das pessoas comuns é essencial para atingir, por exemplo, a neutralidade de carbono”, explicou.
O painel também contou com a participação de Sebastião Nascimento de Aquino, membro do conselho da Cooperativa Central de Comercialização Extrativista no Acre, a Cooperacre; de Marcelo Cerino, superintendente de Logística Integrada da central cooperativa Frimesa; e de Ênio Meinen, diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, que apresentaram cases de sucesso no desenvolvimento sustentável no agronegócio e as contribuições do cooperativismo de crédito para a agenda. Contou ainda com relatos de representantes da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) da África e Europa.
Em painel coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MME) e pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) com o tema Proteção, Promoção e Participação de Povos e Comunidades Tradicionais na construção da agenda climática global, a analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro, enfatizou a participação ativa das comunidades na construção da agenda climática global. “O cooperativismo gera renda para a população, preserva a cultura dessas comunidades e garante a proteção das florestas, que são seus principais ativos econômicos”, afirmou.
Promovido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), o painel As contribuições da Economia Social e Solidária para os ODS: o papel da política comercial (em inglês), contou com a participação de Fabíola Nader Motta, gerente-geral do Sistema OCB. Ela destacou os diferenciais do cooperativismo na busca pelo desenvolvimento sustentável e enfatizou a necessidade de maior reconhecimento sobre os benefícios oferecidos pelas cooperativas, bem como da inclusão do movimento na formulação de políticas públicas. “Os formuladores de políticas públicas precisam entender que nosso modelo de negócios leva algo a mais para a mesa e que ele deve ser incluído e não excluído dessas políticas. Esse é, com certeza, o principal obstáculo que precisamos vencer”.
O comprometimento do movimento com uma agricultura mais resiliente, rentável e capaz de mitigar as emissões dos gases de efeito estufa foi o tema do painel Plano ABC+ e seu papel na segurança alimentar, promovido pelo Ministério da Agricultura (Mapa). A gerente-geral, Fabíola Nader Motta, foi a representante do Sistema OCB também nesse debate e lembrou que o cooperativismo é um aliado fundamental para o alcance dos objetivos do programa. “A transição para uma economia verde exige o envolvimento não só de governos ou organizações, mas das pessoas como um todo. O cooperativismo é um caminho importante nesse sentido. Ele se destaca ao congregar pessoas e oferecer conhecimentos e assistência necessária para alcançarmos os objetivos de uma economia verde e sustentável”, ressaltou.